sábado, 19 de fevereiro de 2011

Uma manhã de quem se atreve a sonhar

"Uma manhã de quem se atreve a sonhar" 



O dia já não é tão ruim,
Quando olho para fora da janela,
E vejo o sol brilhar,
Ô que dia lindo,
Ótimo dia pra caminhar,

Já nem quero que o tempo passe,
Não quero uma hora pra voltar,
Pelo menos hoje, queria que o mundo não acabasse,
Tanto dizem sobre o fim do mundo,
Será que realmente tudo está tão imundo?
Onde foi parar o brilho, o sorriso, o olhar?
Por onde olho, cadê as pessoas para um bom dia eu desejar?

Todo mundo correndo pra lá e pra cá,
Dinheiro na mão e dignidade no chão,
E agora, onde que isso tudo será que dá?
Será que apenas por um dia,
Eu poderei parar alguém,
E dizer “oi tudo bem?”
Sem parecer uma pessoa que não convém?

Onde foi a amizade, o amor, e a bonita da paixão,
Onde foi parar o nosso coração...

Ô mundo lindo, apesar de tudo, é tão lindo,
Cada dia que ando por aqui, sempre sigo por essa esquina,
Vejo o bosque ali na frente, sempre tão bonito,
As borboletas cuidam dele, alguns até olham ao longe,
Parecem até que têm medo de verde.

Apenas queria que alguém viesse e falasse um “oi”,
Queria que já não falasse, “deixa pra depois”,
Todo mundo sempre com a mesma frase,
“Espere aí se não vou atrasar, o patrão vai me xingar”,
Parece até que o mundo vai acabar.

Será que o mundo é mesmo tão imundo?
Onde será que foram as brincadeiras e os sorrisos da alma?
Todo mundo quer um fim do mundo,
Uns dizem que sim, outros dizem que não,
Alguns até salvam, estes que salvam eu admiro,
E até um texto dedico,
Em um mundo em que uma palavra já basta,
Um abraço faz falta,
Legal seria, se todos tivessem uma mente mais alta,

E agora já me lembrei por onde andei,
O mesmo caminho que me leva de volta pra casa,
Foi onde um dia com aqueles olhos me espantei,
Não era uma pessoa, não era um bixo,
Não era uma coisa, nem era um lixo,

Era uma flor que nascia no meu jardim,
Eu não cheguei a plantá-la, mas ela nasceu,
E com o seu perfume, descobri uma coisa muito linda...

“A vida é uma só, e ela é o agora, mesmo onde todo mundo corre,
Ainda há o amor que por alguns sempre nos traz a vida,
E pra outros, com essa ausência infelizmente morre,
Mas sim, há o lado bom da vida, a vida é viva,
E pra ela, onde menos espera, encontramos o que procuramos,
Pode ser um sentido, ou um sorriso,
Que vem do outro lado do bosque,
Talvez alguém passe por aqui e plante uma nova rosa,
Como talvez alguém passe por aqui e a entregue a alguém,
Apenas não desejo que ela morra, ou se torne algo que não convém.”

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Eu sempre disse que sei, porém, agora sei que eu nunca soube.

"Eu sempre disse que sei, porém, agora sei que eu nunca soube."



Não imaginava que tudo fosse assim,
Sempre disse que não quis, que não precisava,
Acabei esquecendo de mim mesmo,
E descobri que não estava caminhando por mim,
Na verdade, parece que não sai do lugar,
O que mudou foi apenas o cenário,
Resolvi parar de lamentar isso...

Aos poucos comecei a dar os primeiros passos,
Descobri como é bom sorrir, como é bom...
Como fazer meus olhos brilharem pelas lágrimas ao correrem por eles,
Como correr, como pular, como gritar...
Descobri também, até como ficar parado.

Poderia dizer que até tinha uma idéia, pelo que ouvi contarem,
Mas aos poucos eu percebi o quanto fui tolo,
Dizendo: “eu sei”...

Dizia com uma certeza tão distante, porém tão confiante,
Podia descrever todas as sensações, podia explicar todas as causas,
Mas me perdi em minha própria ignorância,
Na verdade, ao contrário do que achava,
Eu nunca deixei de existir, sempre estive aqui.

Mas sempre tão distante, por quê?
Por que não me permiti a sorrir?

Eu sempre disse que era livre,
Sempre disse que poderia fazer o que quiser,
Mas estava sempre me prendendo,
Não era bem uma prisão ao certo...

Eu apenas vivia dentro de mim,
Os olhos viam lugares diferentes,
Mas eu sempre estive dentro,
Nunca mexi um dedo se quer...

Sempre dizia “eu sei”...
E logo depois de tantos anos,
Aprendi que no fundo, a verdade é que não sabia de nada,
Nem mesmo imaginava quem sou,
Nunca imaginei que seria tão inexplicável isto,
Nunca imaginei que em um segundo,
Eu deixaria de me prender,
Nunca pensei que admitiria não saber,
Achei até que nunca aprenderia a viver.